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Atlas de Anatomia Veterinária

Músculos do pescoço, tronco e cauda

Músculos torácicos

Índice de imagens

    Os músculos que compõem as paredes torácicas estão relacionados ativamente com os mecanismos de expansão e compressão da cavidade torácica. De acordo com a sua função, os músculos torácicos (Figura 2.8) são inspiratórios ou expiratórios. Os primeiros, por sua origem, disposição e inserção, movimentam as costelas para a frente e lateralmente, aumentando assim o tamanho da cavidade torácica. Os músculos expiratórios, no entanto, movem as costelas caudal e medialmente, reduzindo assim o tamanho da cavidade torácica. O aumento do volume torácico também é alcançado pela redução da convexidade da cúpula diafragmática. Nesse sentido, o músculo diafragma, que separa as cavidades torácica e abdominal (Figura 2.46), é o músculo inspiratório mais eficaz. Entre os músculos inspiratórios, além do diafragma, estão inclusos os músculos serrátil dorsal cranial, intercostais externos, levantadores das costelas e reto do tórax. No grupo de expiratórios estão os intercostais internos, serrátil dorsal caudal e transverso do tórax.
  Além dos músculos próprios das paredes torácicas, outros músculos per-tencentes a outros grupos também têm inserções nas costelas e podem, portanto, colaborar, em todas as direções, nas mudanças de tamanho da cavidade torácica. Entre os músculos que colaboram na inspiração se encontram o serrátil ventral torácico (Figura
2.6) ou os escalenos. Entre os que contribuem na expiração estão os músculos abdominais ou o músculo íliocostal (Figura 2.15).

M. serrátil dorsal cranial (Figuras 2.6, 2.18, 2.47)
    Sua origem, aponeurose, ocorre na fáscia toracolombar e, por meio desta, no ligamento supraespinhal e nos processos espinhosos das primeiras vértebras torácicas. Suas fibras se orientam no sentido caudoventral para se inserirem por meio de várias digitações na borda cranial e na superfície lateral da 2ª ou 3ª à 9ª ou 10ª costelas.
    Função: Mover as costelas cranialmente, o que auxilia na inspiração.
    Inervação: Ramos dos nervos intercostais.

M. serrátil dorsal caudal (Figura 2.47)
    Origina-se, por meio de aponeurose, na fáscia toracolombar. As suas fibras formam três ou quatro digitações, que se direcionam crânioventralmente para se inserirem na borda caudal da 11ª a 13ª costelas.
    Função: Mover as costelas caudalmente, o que auxilia na expiração.
    Inervação: Ramos dos últimos nervos intercostais.

Mm. intercostais externos (Figuras 2.6, 2.18, 2.47, 2.48)
    Os músculos intercostais ocupam os espaços intercostais. Os Mm. intercostais externos, que são os mais resistentes, se originam na borda caudal de cada costela. Suas fibras se dirigem caudoventralmente para se inserirem na extremidade cranial da costela seguinte.
    Função: Atuam durante a inspiração.
    Inervação: Ramos dos nervos intercostais.

Mm. intercostais internos (Figuras 2.18, 2.48, 2.49)
   Os músculos intercostais internos, mais delgados do que os externos, estão cobertos por eles. Originam-se na borda cranial de cada costela, onde se dirigem crânioventralmente para se inserirem na borda caudal da costela anterior.
    Função: Atuam durante a expiração.
    Inervação: Ramos dos nervos intercostais.

Mm. levantadores das costelas (Figuras 2.48, 2.49)
    Os músculos levantadores das costelas ocupam a parte proximal dos espaços intercostais e originam-se nos processos transversos das vértebras torácicas. Suas fibras se dirigem caudoventralmente até sua inserção na borda cranial da costela seguinte, na região próxima ao ângulo costal.
    Função: Atuam durante a inspiração, direcionando as costelas cranialmente.
    Inervação: Ramos dos nervos intercostais.
 
Mm. subcostais (Figura
2.50)
    Encontram-se revestidos pelos músculos intercostais internos na região proximal aos últimos espaços intercostais. Suas fibras unem a face interna das últimas costelas e assumem direção crânioventral.
    Função: Contribuem na expiração.
    Inervação: Últimos nervos intercostais.


M. retrator da costela (Figura 2.50)
    O músculo retrator da costela é coberto pelo músculo transverso abdominal e origina-se nos processos transversos das primeiras vértebras lombares. Suas fibras se direcionam crânioventralmente até sua inserção na borda caudal da última costela.
    Função: Auxilia na expiração.
    Inervação: Último nervo intercostal (Nervo costoabdominal).

M. reto do tórax (Figura 2.47)
    Origina-se da primeira costela e se insere nas 2ª a 4ª cartilagens costais.
    Função: Auxilia na inspiração.
    Inervação: Primeiros nervos intercostais.

M. transverso do tórax (Figuras 2.51, 2.52)
    Está disposto sobre as superfícies internas do esterno e das cartilagens costais. Origina-se ao longo da superfície dorsal do esterno. Suas fibras se dirigem transversalmente para serem inseridas na face interna das cartilagens costais e nas articulações costocondrais das costelas verdadeiras.
    Função: Auxilia durante a expiração.
    Inervação: Nervos intercostais.


Diafragma (Figuras 2.46, 2.53, 2.54, 2.55, 2.56, 2.57, 2.58)
    O diafragma é o músculo que separa a cavidade torácica e abdominal. É formado por uma parte periférica de tecido muscular, de onde as fibras musculares irradiam e convergem em uma parte fibrosa central (Figura
2.57). Esta parte fibrosa, chamada centro tendíneo, é formado por uma área central e duas extensões que se prolongam dorsalmente. A parte muscular consiste das porções lombar, costal e esternal.
    A parte lombar é formada pelos dois pilares (esquerdo e direito) do diafragma. Ambos os pilares se originam por fortes tendões na superfície ventral dos corpos das primeiras vértebras lombares, e as fibras que os formam terminam na região dorsal do centro tendíneo (Figura
2.58). Os pilares são assimétricos, sendo o direito maior que o esquerdo. 
    A parte costal é formada por várias digitações que se originam da face interna das últimas costelas. A digitação mais caudal procede do extremo dorsal da 13ª costela. A partir desse ponto, a linha de origem vai se tornando sucessivamente mais ventral até atingir a digitação mais cranial, que se origina da parte ventral da cartilagem da 8ª ou 9ª costela (Figura 2.54). As fibras da parte costal do diafragma terminam se inserindo na região lateral do centro tendíneo (Figura 2.57).
    A digitação mais cranial da parte costal segue com a parte esternal, que se origina na superfície dorsal da cartilagem xifoide do esterno. As fibras musculares se direcionam dorsalmente para terminar na região ventral do centro tendíneo (Figura 2.57).
     O diafragma tem formato de cúpula que se projeta para dentro da cavidade torácica, ou seja, a sua superfície cranial, ou torácica, é convexa, enquanto a superfície caudal, ou abdominal, é côncava (Figuras 2.46, 2.53). A extremidade cranial da cúpula diafragmática alcança, quando o músculo está relaxado, o nível da 6ª costela (Figura 2.54). Este arranjo indica que a cavidade abdominal é projetada de acordo com as costelas, o que resulta na parte intratorácica da cavidade abdominal (Figuras 2.55, 2.56), onde estão alojados importantes órgãos abdominais (fígado, estômago etc.).
    O diafragma é perfurado por três orifícios (Figuras 2.57, 2.58). O dorsal é o orifício aórtico, que está localizado entre os dois pilares diafragmáticos e permitem a passagem da aorta, veia ázigos e ducto torácico. Mais ventralmente, atravessando o pilar direito, se localiza o orifício esofágico; o esôfago e troncos vagais dorsais e ventrais passam através do mesmo. O orifício da veia cava caudal é localizada no centro tendíneo; por ele atravessa a veia cava caudal.
    Função: A contração do diafragma provoca redução da convexidade da cúpula diafragmática e, portanto, o aumento do volume da cavidade torácica. O diafragma é, portanto, um importante músculo inspirador. Logicamente, o achatamento do diafragma e o aumento do tamanho do tórax ocorrem à custa das vísceras abdominais, que são movidas caudalmente. Durante a expiração o diafragma relaxa, as vísceras abdominais o empurra cranialmente, a forma de cúpula se recupera e o volume da cavidade torácica é reduzido. 
    Inervação: Nervos frênicos esquerdo e direito.

Músculos torácicos

M. serrátil dorsal cranial (Fig. 2.6, 2.18, 2.47)

M. serrátil dorsal caudal (Fig. 2.47)

Mm. intercostais externos (Fig. 2.6, 2.18, 2.47, 2.48)

Mm. intercostais internos (Fig. 2.18, 2.48, 2.49)

Mm. levantadores das costelas (Fig. 2.48, 2.49)

Mm. subcostais (Fig. 2.50)

M. retrator da costela (Fig. 2.50)

M. reto do tórax (Fig. 2.47)

M. transverso do tórax (Fig. 2.51, 2.52)

Diafragma (Fig. 2.46, 2.53, 2.54, 2.55, 2.56, 2.57, 2.58)

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